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A NOSSA HISTÓRIA - ATRPT Associação de Trabalhadores e Reformados da Portugal Telecom
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A ASSOCIAÇÃO

A Nossa História

 

BREVE HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO DE TRABALHADORES E REFORMADOS DA PORTUGAL TELECOM

A fundação

Na tarde do dia 17 de Maio de 1975 reuniram-se cerca de 70 antigos profissionais dos TLP nas instalações do Círculo Católico dos Operários do Porto na Rua Duque de Loulé.

Haviam sido convocados pelo Sr. Afonso de Sousa Rocha, pessoa sensível aos problemas sociais dos seus colegas e, por isso, pessoa muito estimada.

O objetivo da reunião era o de analisar a situação dos profissionais da Empresa reformados em data anterior a 1968, dado que não usufruíam do complemento de reforma que a Empresa atribuía ao pessoal reformado a partir daquele ano. Este facto, aliado à não atualização do valor das pensões, quando se verificavam índices de inflação a rondar os 30% ao ano, tornava aflitiva a situação económica daqueles profissionais.

Propôs que se criasse uma entidade que defendesse os direitos destes colegas e se aprovassem os estatutos que ele e outros colegas que o acompanhavam naquela aventura, haviam já preparado.

Com a aprovação unânime desse documento a Associação dos Empregados Reformados dos Telefones de Lisboa e Porto, como então se denominava, iniciava a sua atividade.

Foi adotado, como patrono, S. Gabriel, Padroeiro das Telecomunicações, que nesse dia se festejava.

A questão das pensões de reforma

Dos muitos contactos então iniciados com as entidades competentes – Administração da Empresa, Caixa Nacional de Pensões, Sindicatos, Ministério do Trabalho e Ministério das Comunicações  e Transportes – os dirigentes de então, apesar das dificuldades inerentes à época em que  se vivia, desenvolveram uma atividade extremamente meritória pois dela  resultaram concessões de que ainda hoje beneficiam todos os trabalhadores da Empresa na situação de reforma.

Dos benefícios então concedidos registam-se:

  • em Julho de 1976 a correção do valor de algumas pensões de reforma não corretamente   processadas pela Caixa Nacional de Pensões;
  • em 1978 a concessão, aos profissionais reformados anteriormente a 1968, do complemento  das pensões de reforma, de que já beneficiavam os reformados a partir daquele ano. Foi uma decisão humana e justa que dignificou a Empresa e os seus trabalhadores reformados;
  • em 1980 a atribuição das diuturnidades aos trabalhadores reformados com a integração do seu valor no cálculo das respetivas pensões de reforma;
  • e, em 1984, a atualização dos Complementos de Reforma a todos os seus trabalhadores reformados nas mesmas condições das concedidas ao pessoal do ativo, independentemente do ano da reforma.

Estava, finalmente, reposta a igualdade e minorada a situação económica dos mais antigos reformados da Empresa.

O lar-casa de repouso

Paralelamente a esta delicada, mas profícua atividade outra se vinha desenvolvendo, mas sem o mesmo êxito, aliás: a de encontrar propriedade adequada á instalação do Lar-Casa de Repouso, prevista no programa de ações da Associação, desde o seu início e nunca descurada.

Em prosseguimento desta orientação procura-se e encontra-se uma casa, considerada excelente para o fim a que destinava, na rua do Godim, em Campanhã; tinha 330 m2 de área coberta, 1100 m2 de área descoberta, 17 divisões e custava 2500 contos.

Por excessiva burocracia e outras dificuldades encontradas no Ministério dos Assuntos Sociais

a aquisição da propriedade não foi efetuada.

Sem desânimo a busca continua na cidade e nos seus arredores, descobrindo-se um palacete na rua de Costa Cabral, em impecável estado de conservação, com 14 divisões, 217 m2 de área coberta, 1652 m2 de área descoberta, jardim e grande garagem.

Custava 5400 contos; infelizmente, pelas mesmas razões verificada no prédio anterior, perderam a oportunidade de adquirirem essa magnífica propriedade, como à época era designada.

Ambas as propriedades, pelas avaliações então efetuadas, eram vendidas por custo muito inferior ao do valor real.

Finalmente, em Abril de 1981, chegou a hora de se concretizar o sonho de há muitos anos, pois D. Catarina Pope, esposa do antigo Diretor da Área de Telecomunicações dos TLP do Porto, Snr. Godfrey William Baden Pope, dá conhecimento da sua intenção de doar à Associação a propriedade de seu marido em Valadares para nela ser instalado o Lar, respeitando, assim, o desejo por ele acalentado.

Perante tão generosa oferta a esperança renasceu e o projeto para a construção das instalações do lar, uma vez que a residência não possuía condições para tal, foi, de imediato,  encomendado, embora reconhecendo-se que a localização não era a mais aconselhável dada a distância que a separava da cidade do Porto e à reduzida  oferta de transportes públicos.

Aos trabalhadores do ativo foi pedido o valor do subsídio de uma refeição por mês, durante o período de construção e procedeu-se à nomeação de uma comissão angariadora de outros fundos; também a Empresa e a Caixa de Previdência dos Trabalhadores dos TLP foram chamadas a contribuir.

Em 8 de outubro de 1983 é lançada a 1º pedra do novo edifício, constituído por três corpos que, dois anos depois, em 19 de outubro de 1985, viria a ser inaugurado.

Dispunha de áreas funcionais e de serviços e de 24 quartos individuais concluídos aos quais, posteriormente, se acrescentaram mais 5 quartos individuais e 4 duplos, todos com instalações sanitárias privativas, ficando com a capacidade de alojamento de 37 pessoas.

Em 1 de Julho de 1986 verifica-se a entrada dos primeiros utentes: o colega Manuel de Azevedo e a esposa Albina da Silva Ramalho Azevedo.

Em 6 de outubro de 2001 dão-se por concluídos e são inaugurados os corpos 4 e 5, ligados aos 3 já existentes, que aumentam a capacidade de alojamento para mais 40 pessoas, em quartos individuais e duplos: a capacidade total passa, então, para 77 pessoas, capacidade esta já devidamente licenciada pelo Instituto de Segurança Social.

Com esta obra impôs-se a remodelação de todas as áreas funcionais e de serviços quer pelo aumento da população do Lar quer por razões legislativas consagradas no Despacho Normativo nº 12 /98.

A Associação adquiriu em 1991 e 2001 terrenos contíguos á propriedade do Snr. Pope destinadas às últimas construções e para criar áreas de lazer e de aparcamento, bem como para beneficiar as acessibilidades.

A área total atinge, agora, os 10 000 m2.

O Lar, distribuído pelos seus 6 corpos, não é um edifício atraente ou monumental, apesar da sua grande envergadura; mas dispõe de condições técnicas, de conforto e ambientais para proporcionar aos seus utentes bem-estar e segurança, com o apoio do seu pessoal que digna e carinhosamente os acompanha.

A piscina

Um momento de grande importância na vida da Associação é o que se regista na inauguração da piscina em 16 de outubro de 2010, destinada a atividades de hidroginástica e de hidromassagem.

É obra de grande valia que se pôs ao serviço dos utentes e dos associados que a desejem utilizar, sem custos para os mesmos.

Presta, também, apoio ao Corpo de Bombeiros da área, em caso de incêndio, estando dotada de todos os equipamentos exigidos.

O edifício-sede da associação

A Sede da Associação e a de outros serviços a funcionar em espaços alugados pela Empresa na Praça D. Filipa de Lencastre e na Rua da Picaria, respetivamente, estão instalados desde 2002 em edifício próprio, adquirido e reconstruído com financiamento da Caixa de Previdência do Pessoal dos TLP, através do Fundo de Auxílio que a mesma geria.

Dispõe de amplo átrio de receção e de auditório no rés do chão, de área social com espaço de leitura e sala de atividades no primeiro andar, de serviços administrativos e sala de reuniões no 2º. andar e de ginásio no 3º. andar.

O espaço-memória

Ainda em Valadares, na antiga residência do Snr. Pope e em outras zonas especialmente construídas, está instalado desde 13 de outubro de 2012 o Espaço-Memória das Telecomunicações no Porto, no qual se expõem alguns dos aparelhos telefónicos utilizados pela Empresa  (desde o Ericsson AC 110 de 1892 até aos sofisticados telefones da primeira década do atual século), bem como aparelhos de experiências, ferramentas, ferragens dos traçados aéreos, equipamentos relacionados com os cabos subterrâneos, grupos comutadores, caixas de moeda, uma interessante coleção P.P.C. de mesa em caixa de madeira e muitos outros artefactos, ligados à atividade das Empresas de Telecomunicações no Porto e à dos profissionais que nelas trabalharam.

Também nele se acolhem a Biblioteca Técnica e a das publicações periódicas da Empresa, além de muitas outras “memórias”.

Uma Associação resiliente

As iniciativas e sucessos descritos, mostram claramente que a ATRPT atravessou vários ciclos, iniciados com a sua criação e implementação, seguindo-se períodos de afirmação e crescimento e mais recentemente, de consolidação e estabilidade. Este sucesso só foi possível graças ao entusiasmo e apoio dos associados e, muito também, à visão, ao trabalho e à imensa dedicação de todos quantos assumiram responsabilidades diretivas e de decisão.

Estamos agora, porém, a viver tempos muito diferentes e até disruptivos, não só pelas alterações profundas na área empresarial que nos une, mas também pelas ameaças e desafios que a envolvente nos coloca. E cabe aqui realçar a tendência que se tem verificado de diminuição constante do número de associados.

Foi neste contexto que se organizou uma reflexão estratégica para definir linhas orientadoras de ações futuras, identificando e garantindo o que é necessário fazer, para vencer esses desafios.

Essas linhas estratégicas, já em curso de implementação, são:

  • Realização de investimentos “virtuosos”;
  • Rentabilização dos Ativos;
  • Incremento e diversificação de apoios aos associados e abertura ao “exterior”;
  • Melhoria da qualidade dos serviços prestados e segurança.

 

A história vai continuar a escrever-se neste novo período de readaptação e resiliência e a nossa Associação vai continuar a resistir e mesmo crescer.

 

 

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